Pelo primeiro passo


O mundo é peregrinação. Dificilmente alguém não religioso se identificaria com essa metáfora, não é atrativo pra ninguém se desvencilhar da vontade de poder, e decidir caminhar em direção a uma jornada verdadeira pela vida.

Ao se pensar em representação pela peregrinação, deveríamos adentrar primeiro no processo de ser no mundo. Algo como está aqui para algum propósito. Dar um passo em direção a algum lugar é mais importante que  escolher permanecer em uma ideologia particular, subjetiva, que aflora simplesmente a consciência do grande niilismo que nos acomete, que é exatamente a falta de sentido.

O mundo seria bem melhor representado por uma metáfora que fosse dinâmica, permanecer apático em relação as questões primordiais da vida, como a fé, a esperança e o amor é pura histeria coletiva daqueles que preferem viver na angustia de seu próprio sofrimento.

Peregrinação é a dinâmica que a própria vida requer de nós, “ir em direção a”, é o que identifica os passos de uma criança ao se impor no mundo. Há exemplo da causa infantil, o homem como todo não pode alcançar entendimento algum de nenhum fato relacionado à vida a não ser que se proponha a dar um primeiro, um segundo e indefinidos passos em direção ao seu próprio sentido.

Não posso deixar de citar que esse texto é uma compreensão de um sonho vivido por um pobre homem condenado pela sua fé chamado de John Bunyan autor de “O peregrino”. Se identificar com a jornada de sua vida seria o primeiro passo para o homem conhecido como pós-moderno avançar como homem que é no mundo. A relatividade das ações que o nosso cotidiano impôs é daninha para o processo de dar dignidade à pessoa humana

Vivemos sem sentido porque a vida não nos faz sentido. Qual o sentido de um jogador de futebol que perde suas pernas? O primeiro olhar para essa situação diria, nenhum. E isso só acontece porque o tal jogador não é mais que um produto midiático, ou de um processo de coisificação, que ele só tem sentido enquanto um objeto.

            Assumir uma postura em relação à vida e entender que o sentido da vida só pode está além da própria vida é um teste de coragem. Se a vida é um fim em si mesmo, logo somos os seres mais miseráveis do mundo.


Agora, preciso assumir uma postura radical, minha própria postura, tenho que dizer que minha vida não faria sentido sem o ser que designamos a milênios de Deus. Por mais que a sugestão imponha uma religiosidade ou um fanatismo, esclareço que à medida que me liberto do processo de alienação só posso ver sentido para além dessa vida na transcendência do meu próprio ser, orientado ou para outra pessoa ou para o meu Deus que a ambos  amo e sirvo.
Pense! Repense! Dê o primeiro passo!

O autor

Oi, meu nome é Rafael Sá. Sou téologo, filósofo e escritor. Neste ambiente a fé se converge com existência, produzindo espiritualidade. Estamos aqui até que chegue a paz do Cristo!