Uma clássica frase surge de um dos teólogos mais equilibrados do período estóico e epicurista, Paulo de Tarso, que num momento de inspiração rompeu o horizonte religioso, científico e filosófico dizendo:
"Transformai-vos pela renovação de vossas mentes"
A frase é simples mas não pode ser entendida sem uma observação histórica, e o passeio começa pela ideia de Homero que identifica a "forma" de transformai como aquilo que é aparente, não longe da verdade apoiam-se nesse argumento os estudos de um famoso filósofo conhecido por Aristóteles que distinguia a matéria da forma, onde a forma seria a essência necessária.
Abalizamos a segunda parte da palavra, voltaremos para o prefixo que lhe modifica, o "trans", no grego, a partícula é metha, e seu uso implica numa mudança inconfundível daquilo que lhe sugere, em outras palavras, a sugestão de Paulo é que sejamos modificados naquilo que nos identifica, a "essência".
Como a essência em si não pode ser mudada o que pode acontecer é a semelhança com a natureza, o vir-a-ser o tornar-se. Uma borboleta tornou-se, pois não era, mas tinha potência para ser. Realmente é preciso coragem para ser, torna-se o que é. Essas raizes diferenciaram os indivíduos que permaneceram como potencia dos que passaram para o ato.
Passaremos a discutir um local onde a transformação deve acontecer, na mente. Essa palavra traz em si a dimensão que evoca a espiritualidade, a dimensão noogênica, onde a maioria das neuroses acontece. É nesse local que o homem precisa ser renovado, reavaliado, refeito, enfim, "transformado".
Fecho a postagem com duas reflexões. A primeira é orientada para o propósito do blog, liberdade da mente. A grande missão é vencer os empecilhos que procrastinam a interação com o nosso eu-religioso. A segunda é a abordagem que Bultmann deu a esse assunto que melhor sintetiza tudo o que queremos viver:
"Trata-se, não de uma nova aprendizagem teorética, mas da renovação da vontade"
Pense!Repense!